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Quando vejo a casa vazia,

Me enche de angústia a casa vazia.

Ela não está vazia, mas vazia está, e à minha espera.

Paredes brancas, piso branco, janelas translúcidas e sol. Muito sol que entra pelas pequenas frestas e se espalha sem cerimônia pela casa vazia.

Vem, abre tudo! Acelera teu passo e deixa mais luz entrar pelas janelas e portas. Deixa a sombra aparecer sobre a parede branca. Irreverente e audaciosa.

Fecha os olhos. Constrói tua casa, pinta estas paredes. Traz teus móveis antigos, aqueles que te faziam sorrir em dias sombrios. Traz teus espelhos de outrora.

Não necessitas nada a mais, tudo o que precisas para preencher teus cômodos já possuis. Já sabes como e o que precisas para preencher. Falta coragem. Sera? Coragem foi essencial para deixar a casa vazia. Já a encontraste. Sente esta coragem e se fortalece com ela.

Senta, tira os sapatos, deita no chão e olha o teto. Dança, mergulha em teu momento. Retira de ti a urgência e impaciência em relação ao futuro.

A casa vazia é tua, pega as chaves, não tenhas medo. Roda, surrupia, grita e dança…

Respira, fecha os olhos e cria esta nova casa. Casa que te acolhe, que te convida para dançar e te faz sorrir.

Casa para convidar apenas quem te ama e assim te abraça sem perceber. Tuas regras, sem espaço para censura ou repreensão. A parede combina com o chão vermelho e as panelas amarelas mostram-se perfeitas com a cama de bolinhas roxas.

Pinta teu teto, protege teus sonhos e desfaz-te de teus medos. Acredita na verdade, na tua verdade. Essa casa é tua, e não há espaço para mais nada. Coloca-a em qualquer lugar… Naquele gramado verdinho, na areia branquinha da praia ou em uma cidade grande.

Não importa. Esta é tua casa. Seja bem-vindo! Bem-vindo ao teu espaço mais íntimo, onde não precisas ser nada além de ti mesmo.

Sente tuas emoções, toca tua música preferida, aquela que vai te lembrar o prazer de estar em casa, na sua verdade.

Joga o tapete na porta e escreve teu nome nele. Pinta tua história lá dentro e convida aqueles amigos que fizeram parte dela. Aqueles que conhecem esta casa, mesmo antes de ti. Aqueles que carregam suas memórias no coração e na alma.

Bate as asas, deixa todas as borboletas entrarem, compartilha com elas teu espaço e teus segredos, bebe teu melhor vinho e sente o reflexo do sol, agora nas paredes não tão brancas.

A casa vazia é tua, de mais ninguém. Ela nasce contigo e se renova a cada novo dia que vives.

Cuida dela, conserta as coisas, limpa os cômodos mais sujos e joga fora o que não te serve mais. Sempre jogue fora o que não te serve mais. Constrói passagens para os cômodos mais lindos e fecha aqueles que nunca mais visitarás.

Fecha a porta, não a deixes aberta por tanto tempo. Cuida, protege e guarda a tua casa vazia.

Nem tão vazia, Nem tão branca, Mas tua, somente tua.

A casa vazia, não é só vazia. Mas é também vazia.

E você? Tem uma casa vazia?

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