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O que o Airbnb tem a nos ensinar..

O core do negócio do Airbnb é ser uma plataforma online que permite que as pessoas aluguem acomodações de curto prazo, variando desde aqueles que desejam um quarto extra até mansões para grandes grupos. Nos últimos anos, a empresa se autointitula a maior comunidade de viagens do mundo, expandindo seus serviços para incluir aluguel de carros, entretenimento e locais turísticos. Tudo isso na busca por se tornar o hub perfeito para quem planeja suas viagens.

Tudo começou em 2007, com os colegas de quarto Brian Chesky e Joe Gebbia. Ao se mudarem para São Francisco em busca de oportunidades de negócios, perceberam que todos os quartos de hotel na cidade estavam reservados devido a uma conferência local de design. Diante dessa oportunidade, decidiram hospedar pessoas em seu apartamento durante o fim de semana, comprando três colchões de ar e dando origem ao Airbnb. Essa história inspiradora demonstra que os amigos estavam buscando uma boa ideia de startup e, ao encontrá-la, souberam avaliá-la sob a perspectiva de um negócio potencial.

A ideia demorou alguns anos para decolar. Os amigos passaram por diferentes modelos de negócio até acertarem a proposta que os transformou em uma das maiores e mais bem-sucedidas empresas do mundo, avaliada em US$ 31 bilhões em 2019. No entanto, por trás desse sucesso, há milhares de histórias de luta e frustração.

Aqui estão alguns dos maiores desafios enfrentados pelo Airbnb que podem inspirar a maneira como encaramos nossos próprios desafios.

1. Realidade versus Expectativa

Um dos grandes desafios do Airbnb foi alinhar as expectativas dos viajantes ao alugar a casa de um estranho com o que os anfitriões estavam dispostos a oferecer. A transição abrupta de modelos tradicionais, como casas de veraneio administradas por imobiliárias e hotéis com infraestrutura garantida, para a experiência de entrar na casa de um desconhecido gerou reclamações e questionamentos sobre o modelo de negócio. A solução foi a classificação de locatários e locadores por meio de avaliações, proporcionando mais clareza sobre o que esperar de ambos os lados e criando uma dinâmica orgânica sustentável.

2. Segurança, Vulnerabilidade e Impacto na Comunidade Local

A abertura de portas para pessoas não cadastradas e não residentes gerou preocupações com a segurança e o impacto nas comunidades locais. O Airbnb enfrentou reclamações e incidentes, mas implementou três mecanismos para lidar com essas questões: verificação de identidade do hóspede, análise de reservas para bloquear reservas de alto risco e proteção contra danos, cobrindo até US$ 3 milhões em danos causados por hóspedes.

3. Descentralização do Lucro

O Airbnb descentralizou a indústria hoteleira, colocando parte do lucro nas mãos de pessoas comuns. Essa mudança social significativa transformou a economia de cidades, países e o modelo de concentração de riqueza. Brian Chesky destaca a acessibilidade como vantagem competitiva, especialmente em mercados com cenários hoteleiros robustos, proporcionando um modelo win-win-win para consumidores, proprietários e a própria empresa.

Em meio a desafios, o Airbnb continua a evoluir e inspirar, mostrando que a perseverança e a capacidade de adaptação são fundamentais para o sucesso em um mundo em constante transformação.

Charis Morgan – Getting Image

4. Adaptação à Legislação Local

Imagine que cada local no mundo tem suas próprias regras, e essas normas podem ser alteradas, impactando drasticamente o negócio. Segundo Chesky, Nova York foi a primeira cidade onde começaram a perceber esses desafios relacionados às leis e às regras locais. Em 2010, a cidade de Nova York representava 80% do negócio e enfrentava a proibição total do modelo Airbnb no estado.

Após diversas disputas, veio a decisão final que proíbe o Airbnb de operar em Nova York. Dallas também começou a limitar o número de dias e proibiu aluguéis em alguns bairros específicos. A Europa também estabeleceu suas próprias regras, com Amsterdã impondo um limite de 30 dias por ano e Paris, 120 dias.

No entanto, Chesky não se intimida e responde quando questionado sobre o assunto: “Existem outros serviços que poderíamos lançar”, referindo-se às “experiências” que a plataforma começou a facilitar, nas quais as pessoas oferecem não apenas quartos, mas também serviços como visitas guiadas, passeios a bares ou sessões fotográficas. “Há muitas oportunidades aí.”

Infelizmente, essa decisão acaba fazendo com que os hotéis se sintam no direito de cobrar preços impossíveis, tornando Nova York um dos destinos turísticos mais caros do mundo. Do ponto de vista do aprendizado, ampliar o escopo e reduzir a dependência foram aspectos importantes. O Airbnb foi obrigado a investir de forma mais global e abrangente, diminuindo a dependência das grandes capitais e distribuindo, assim, seu faturamento pelo mundo.

5. Democratização e Digitalização de um Processo

O Airbnb, sem dúvida, proporcionou ao consumidor a oportunidade de planejar e agilizar suas férias em qualquer lugar e a qualquer momento. Com uma plataforma acessível e um aplicativo altamente funcional, desburocratizou o processo de planejamento de viagens, tornando a concepção e a construção das férias algo visual e prazeroso. Quem não se encanta com as fotos bem elaboradas em seu site e a beleza de locais, casas e decorações?

Além disso, afirmam utilizar a inteligência artificial de maneira mais eficiente, auxiliando no controle de qualidade de seus imóveis. Buscam análises de fotos por meio de sistemas de satélites e outras bases de dados que comprovam a veracidade do que está sendo divulgado. A eliminação de fotos ou informações falsas representa mais um passo importante em benefício de seus clientes.

(Gabby Jones/Bloomberg)

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